sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Origem e Evolução da Língua Portuguesa

      Separada do resto da Europa pela cadeia dos Pireneus, estende-se rumo ao oceano a mais ocidente península europeia: a Península Ibérica.
      A região teve um importante papel no encontro de vários povos, há cerca de dez mil anos, e, dessa forma, o povo português resultou de um antigo e demorado processo de miscigenação e de constantes aculturações. Entretanto, as várias culturas existentes na Península foram reduzidas a um denominador comum a partir do domínio romano e de sua imposição cultural (o primeiro desembarque romano ocorreu em 219 a. C.).
      A lígua falada pelos conquistadores - o latim - dominou quase toda a região. Podemos reconhecer duas modalidades de latim:o latim clássico, gramaticalizado, usado pelas pessoas cultas, era falado e escrito; o latim vulgar, usado pelo povo, era apenas falado. A língua falada nas regiões romanizadas era o latim vulgar, e dele se originou a língua portuguesa.
      Entretanto, não se pode desprezar por completo a influência exercida pelas diversas línguas faladas na região antes do domínio romano sobre o latim vulgar, mais aberto a transformação e diversificações. Assim é que o latim vai passando por uma fase de transição, modificado pelos falares regionais, dando origem a vários dialetos, que recebem a denominação genérica de romanço ( do latim romanice, que significa 'falar à maneira dos romanos').
      No século V, com as invasões bárbaras e a queda do Império Romano do Ocidente, intensifica-se o aparecimento desses vários dialetos. Ao final de um processo evolutivo, constituíram-se as línguas modernas, conhecidas como neolatinas. No caso particular da Península Ibérica, várias línguas e dialetos se formaram, entre eles o catalão, o castelhano, o galego-português; desse último resulta a língua portuguesa.
      O galego-português, derivado do romanço, era um falar geograficamnete limitado a toda a faixa ocidental da Península, correspondendo aos atuais territórios da Galiza e de Portugal. Cronologicamente, o galego-português ficou limitado ao período compreendido entre os séculos XII e XIV, coincidindo com a época das lutas de Reconquista. Em meados do século XIV, nota-se uma maior influência dos falares do sul, notadamente da região de Lisboa; avolumam-se, assim, as diferenças entre o galego (mais tarde, apenas um dialeto espanhol falado na região da Galiza) e o português.